Em segunda reunião, CCEAGRO discute Tabela TOS e arborização urbana

Em sua segunda reunião ordinária, concluída nesta quarta-feira (29/5) com uma visita técnica a quatro empreendimentos agroindustriais de Brasília, a Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Agronomia – CCEAGRO abordou temas como a crise climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul, a atualização da Tabela de Obras e Serviços – TOS e as propostas ao Plano Nacional de Arborização Urbana - PL 313/2023. Com a presença da presidente do Crea-DF Adriana Resende, a abertura da reunião na segunda-feira (27/5), contou com um minuto de silêncio dedicado às vítimas da tragédia ambiental gaúcha. "Também destaco a participação do presidente da Mútua, eng. Francisco Almeida, que apresentou os resultados da sua gestão à frente da entidade", disse o coordenador nacional eng. Antônio Barreto. A apresentação do meteorologista Anselmo Pontes, coordenador adjunto da CEAGRO do Crea-RJ, também marcou os debates. A meteorologia também integra a modalidade Agronomia, a exemplo das engenharias agrícolas, de pesca, florestal e de aqüicultura, além de diversos títulos de tecnólogos.

Conselheiro federal Lucas CarneiroConselheiro federal Lucas Carneiro

Ainda na abertura, o conselheiro federal eng. Lucas Carneiro, membro da Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), manifestou sua disponibilidade para acompanhar as propostas da Coordenadoria ao longo do ano. “Eu serei o conselheiro relator de todas as propostas do Colegiado. Fico à disposição para a gente tentar desenvolver o melhor trabalho de forma alinhada”, considerou. Representando o presidente Vinicius Marchese em outro momento, o conselheiro federal membro do Conselho Diretor e da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (Ceap), eng. Álvaro Bridi, destacou o empenho em atender às demandas da CCEAGRO. “Dentro do escopo do que foi solicitado desde o 13º Encontro de Líderes Representantes do Sistema, já atendemos a demandas pontuais e continuaremos disponíveis a contribuir com a CCEAGRO, de forma bastante sinérgica”. 

Conselheiro federal Álvaro BridiConselheiro federal Álvaro Bridi

“Finalizamos o projeto da TOS para a Agronomia, trazendo as sugestões de serviços e atividades que não estavam listados, mais voltados para determinadas regiões.  A coordenadora da Ceagro do Crea-SP, Gisele Vazquez, apresentou proposta sobre o PL da arborização Urbana. Identificadas algumas incoerências, principalmente com impacto na profissão do engenheiro agrônomo. Outro tema muito importante discutido durante a reunião foi o aumento da participação do CCEAGRO junto à Comissão Temática do Agrotóxico. Sugerimos a participação de mais dois integrantes da Cceagro”, disse Antônio Barreto, atualmente o único representante do colegiado.

Coordenador da CCEAGRO eng. Antônio BarretoCoordenador da CCEAGRO eng. Antônio Barreto

Sobre a viagem aos empreendimentos agroindustriais do Distrito Federal, o coordenador considera que “foi enriquecedor”. Os coordenadores regionais de todo o país foram apresentados à aplicação das competências do engenheiro agrônomo em situações de alta tecnologia no COOPADF, com a produção de farinha de trigo e de outros produtos derivados do milho e da soja; na Vinícola Brasília, mostrando o funcionamento da produção de vinhos em 10 empresas agregadas pela vinícola; na Vila Triaca, com o turismo rural e eno-turismo em vinícola própria e hotel-pousada; e ainda na NJF, detentora do Feijão Kicaldo, uma indústria de transformação de alimentos. 

Coordenadora adjunta da CCEAGRO eng. Maria Helena de AraújoCoordenadora adjunta da CCEAGRO eng. Maria Helena de Araújo

Objetivos da CCEAGRO

Pouco antes da viagem, a coordenadora adjunta Maria Helena de Araújo (Crea-CE) esclareceu os objetivos das quatro reuniões anuais programadas para a modalidade. “Nas reuniões, a gente faz alinhamentos de procedimentos, a gente transforma as diretrizes apresentadas pelo Confea em propostas pela nossa plenária composta pelos 26 coordenadores de cada estado, mais o do Distrito Federal. O grande objetivo é alinhar os procedimentos e discutir as questões que estão em pauta em cada câmara de Agronomia, o cenário da fiscalização, como é que se encontra, quais as dificuldades que estão tendo, quais as infrações ou as questões que mais se repetem. Enfim, seria sanar e harmonizar esses procedimentos”, considerou, destacando a importância da troca de experiências entre os coordenadores. “Inclusive nesse momento em que nós vamos fazer essa visita técnica, descontraidamente, esse entorno e sua logística são fundamentais para trocarmos ideias úteis aos regionais, socializando nossas condições e nossas soluções para encontrar alguma forma de avanço, beneficiando os profissionais em diversos aspectos”.

A coordenadora adjunta ressalta que um dos grandes problemas hoje da CCEAGRO é a harmonização com as demais profissões do Sistema, o sombreamento, ou seja, ações que mais de uma modalidade profissional pode executar. “Isso gera conflitos quando existem categorias profissionais que querem reservas de mercado para aqueles procedimentos que mais de um tipo de profissional pode executar. Por exemplo, há procedimentos que podem engenheiros agrônomos, engenheiros civis, engenheiros agrimensores. E a outra questão é fora do Sistema. No nosso caso da Agronomia, nós temos conflitos com os conselhos de Biologia, de Química, principalmente com o recém-criado Conselho de Técnicos Agrícolas e também com o CAU, onde temos conflitos sobre temas como arborização, tema tratado ontem pela coordenadora Gisele Vazquez, do Crea-SP”, diz, enfatizando a importância de conter a exorbitância de atribuições praticada por outros conselhos profissionais em defesa da sociedade.

Coordenadora da Ceagro-SP, eng. Gisele VazquezCoordenadora da Ceagro-SP, eng. Gisele Vazquez

Tabela TOS e arborização

Receituário agronômico, assistência técnica e crédito rural e ainda sombreamentos foram algumas das temáticas abordadas pelos coordenadores na rodada de saudação. “Estamos enfrentando grandes pressões políticas dos outros conselhos profissionais em relação à prescrição dos agrotóxicos”, comentou a engenheira Débora Candeias, representante do Crea-RJ, mencionando também os ataques sofridos pelos meteorologistas. “Temos legislações. O que falta é fiscalização, em relação aos agrotóxicos”, considerou o coordenador da câmara em Roraima, eng. Francisco Silva.

“Gisele apresentou uma proposta que foi aprovada para a discussão do Plano Nacional de Arborização, em discussão no Congresso Nacional. Nós vimos onde poderíamos contribuir e aí então a gente pede que a assessoria parlamentar do Confea acompanhe e faça chegar as nossas vozes junto ao Congresso Nacional”, declarou Maria Helena de Araújo.
Rio Grande do Sul

Temas diversos de importância para os profissionais e para a sociedade foram debatidos pela CCEAGROTemas diversos de importância para os profissionais e para a sociedade foram debatidos pela CCEAGRO

A tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul foi abordada pelos engenheiros agrônomos. “O Brasil é um país continental. Temos diversos climas e microclimas. O Instituto Nacional de Meteorologia responsável pela previsão de tempo, e infelizmente, o monitoramento não é bem-visto, porque gera altos custos e precisa de manutenções preventivas. Está muito melhor do que há 20 anos. Temos 540 estações hoje, o que era 120. Melhoramos muito também nos radares meteorológicos para observar quando os sistemas meteorológicos transientes estão se aproximando. As mudanças climáticas são inegáveis”, manifestou o meteorologista Anselmo Pontes, coordenador adjunto da Ceagro do Rio de Janeiro, durante o segundo dia dos trabalhos da coordenadoria em palestra sobre a previsão de riscos ambientais.

“Foi uma excelente aula para a gente”, comentou a coordenadora adjunta da Cceagro. Para ela, “infelizmente”, as informações técnicas foram desprezadas. “O prejuízo foi muito grande e ali foi um descaso técnico. Os técnicos chamaram atenção do que poderia acontecer e, infelizmente, os governantes não quiseram tomar conhecimento ou fizeram pouco caso do que foi questionado, do que foi alertado. A tecnologia brasileira estava ali a serviço. Nós temos engenheiros, engenheiros agrônomos, o pessoal das Geociências, muito competentes, com uma expertise tremenda em todas as áreas. Para isso o nosso Conselho Federal alberga mais de um milhão de profissionais. Então, nós estamos aí a serviço da sociedade, a serviço da população”, destacou Maria Helena de Araújo. 

Outras apresentações 

As apresentações dos convidados Presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Mato Grosso, Ivan Resende, sobre o portal de comunicação Pensar Agro, e ainda de Rodrigo Cardoso dos Santos e Gustavo Freitas sobre o Projeto BBTS, do Banco do Brasil, para o fortalecimento de projetos no meio rural foram destacadas pelo coordenador Antônio Barreto. “O primeiro é um importante instrumento para o fortalecimento da comunicação entre os profissionais engenheiros agrônomos. O segundo projeto coloca o profissional da Agronomia com a possibilidade de ser um correspondente bancário sem a necessidade de o produtor ir à agência, sendo remunerado por isso. Alguns coordenadores acharam interessante, outros nem tanto”, comenta. “Tivemos ainda uma apresentação da conselheira da Ceagro-DF, eng. Marjorie da Veiga, sobre a competência do engenheiro agrônomo nas boas práticas da indústria de alimentos”.

Fonte: Confea