As mulheres precursoras nas profissões e no Sistema

Mulheres têm desafiado estereótipos e expandindo os limites das profissões. Desde as pioneiras que abriram caminho até as líderes contemporâneas, a presença feminina tem sido fundamental para a diversidade e o progresso do setor.

Enedina Alves Marques

Enedina Alves Marques

É fundamental reconhecer e celebrar as mulheres pioneiras, como Enedina Alves Marques, que se tornou a primeira engenheira formada  no Brasil, na Universidade do Paraná (UFPR), em 1917. Seu pioneirismo continua a inspirar mulheres negras a optarem pelas áreas tecnológicas. Em 2006, foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques (IMNEAM) voltado para a luta contra a discriminação racial e pela igualdade de direitos. 

Johanna Döbereiner Foto: Embrapa

Johanna Döbereiner   Foto: Embrapa

Vale destacar também a figura da agrônoma e cientista Johanna Döbereiner, cujas pesquisas demonstraram que a fixação biológica de nitrogênio poderia competir com os fertilizantes minerais. Seu trabalho foi fundamental para elevar o Brasil ao posto de segundo maior produtor mundial de soja, logo atrás dos Estados Unidos. Indicada ao Prêmio Nobel de Química, Döbereiner era reconhecida pela comunidade acadêmica internacional, embora permanecesse desconhecida para a maioria dos brasileiros até seu falecimento, em outubro de 2000, aos 75 anos. 

Ana Maria Primavesi 

A engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi é considerada referência mundial em agroecologia e pioneira do tema no Brasil, além de responsável direta por boa parte dos avanços sobre as ciências do solo e seu manejo. A pesquisadora foi fundadora da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) - uma das primeiras associações de produtores orgânicos do Brasil, além de professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde ajudou a organizar o primeiro curso de pós-graduação em Agricultura Orgânica. Primavesi faleceu em 2020, ano em que seria celebrado seu centenário.

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Fernanda Avelar Santos   Foto: Nature 

Na atualidade, temos como destaque na geologia, Fernanda Avelar Santos, que  é responsável pela descoberta de rochas formadas por plástico na Ilha da Trindade (ES). Geóloga doutora integra clube internacional de cientistas descobridores. Ao lado de outros quatro membros com endereço no Brasil, ingressou na turma de 2024 do Explorers Club, sociedade criada nos EUA em 1904 que se propõe a destacar gente que atua pelo avanço científico, exploratório e de conservação de recursos.

Josélia Pegorim

Josélia Pegorim Foto: Linkedin

A meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, tem sido uma figura proeminente na popularização da meteorologia no Brasil ao longo dos últimos 35 anos. Nos últimos anos, com o aumento do calor e eventos climáticos extremos, seu trabalho tornou-se ainda mais relevante e difundido. Além de sua atuação na comunicação da previsão do tempo, Josélia é reconhecida por seu engajamento como produtora de conteúdo e divulgadora científica

Mulheres no Sistema
Atualmente, 223.711 mulheres integram o Sistema Confea/Crea, o que representa cerca de 20% dos profissionais. Nas últimas eleições gerais, houve um aumento significativo na representação das mulheres nos cargos eletivos dos Creas, do Confea e da Mútua. Oito presidentes de Regionais, duas novas conselheiras federais e ainda cinco diretoras-gerais e oito diretoras administrativas das Mútuas – Caixas de Assistências dos Profissionais dos Creas e do Confea foram eleitas. Houve ainda as eleições para as diretorias financeiras da Mútua com cinco eleitas.

Carmem Eleonôra Amorim

Carmem Eleonôra Amorim

Em termos de Sistema Confea/Crea, o pioneirismo pode ser atribuído a eng. civ. Carmem Eleonôra Amorim Soares que, em 1992, foi a primeira engenheira a tomar posse como conselheira federal no Confea aos 33 anos. Zélia Maria Juvenal dos Santos, também foi precursora ao ser eleita primeira presidente de Crea no Rio Grande do Norte, em 1994.

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Maria Edith dos Santos    Foto: Crea-SP

Maria Edith dos Santos é uma figura emblemática responsável por transformar uma realidade no Crea-SP. Em 1985, enquanto atuava como auxiliar administrativo na instituição, Edith se deparou com um concurso para agente fiscal restrito apenas a candidatos do sexo masculino. Ela liderou uma iniciativa para que a oportunidade fosse estendida às mulheres também, assim Edith foi uma das primeiras a integrar o corpo de agentes fiscais e atualmente é superintendente de Fiscalização do Regional, responsável por recordes na fiscalização.

Essas mulheres personificam não apenas a luta por igualdade de gênero, mas também a capacidade das mulheres de se destacarem e liderarem em qualquer área que escolham. Elas são fonte de inspiração e motivação para todas as mulheres que aspiram a alcançar seus sonhos e fazer a diferença em suas profissões.

Fonte: Confea