O segundo e último dia do 4º Encontro Nacional de Comunicação do Sistema Confea/Crea e Mútua – Encom foi iniciado nesta quinta (11), no Confea, com uma palestra com dados e dicas sobre Planejamento Digital, oferecida pela publicitária Roberta Allegretti, responsável pela área de Planejamento Digital da agência contratada pelo Confea. Redes atualmente em ascensão como o TikTok e o Instagram e em decadência como o Facebook foram objetos da conversa entre os comunicadores.

Em resposta à assessora de comunicação Nadja Pacheco (Crea-BA) sobre o canal TikTok, Roberta considerou a importância de entender as pautas que possam ser trabalhadas. “Pensa em vídeo animado para começar, com depoimento de pessoas. Usar ‘trends’ de músicas que estão funcionando também é indicado. Mesmo que não tenha humor, usar uma linguagem de celular mesmo. Ver o que adapta ao público. Podem fazer trocas entre os Creas. Como é uma rede nova, todo mundo ainda está experimentando”.

Sobre o Facebook, em resposta a Jonathan Silva (Crea-AL), Roberta comentou que “a orientação que passo é não ter nenhum esforço voltado para ele. Não deixe o Facebook morrer porque ainda existe um público. É possível replicar o conteúdo das outras redes, mas o Facebook chega através de anúncio, e as pessoas não discernem o que é conteúdo patrocinado”. 

A produtora e analista de conteúdo apontou ainda que as redes sociais são usadas principalmente para encontrar a família e os amigos. “Tenho que subir o conteúdo que vai gerar interesse do outro lado da tela. O ideal é atrair porque vamos competir com o que ela tem de mais valioso. Você pode trabalhar estratégias de interação entre o Instagram e o Facebook, por exemplo. As pessoas estão lá ativas, mas querem se entreter, principalmente no TikTok, a plataforma com maior engajamento, tendo humor como característica. É uma rede para entretenimento que pode ser usada como uma coisa mais solta, mostrando o dia a dia”. 

Já o LinkedIn, continua, é para assuntos burocráticos de trabalho, uma rede 100% profissional que está em crescimento, mais densa, enquanto o Twitter não está conseguindo acelerar. “Se você tem pautas mais quentes, dá certo. O Twitter precisa de velocidade e de conteúdo”. 

Dados 
Durante quase duas horas, Roberta Allegretti apresentou dados como o de crescimento de usuários conectados, hoje em torno de 163 milhões de usuários. “Somos um dos países que mais tempo passa online: 10h19min, em média. Daí, a necessidade de trabalhar bem a comunicação digital”, destacou.
Segundo ela, os brasileiros entram nas redes sociais para se comunicar com marcas, empresas, para assuntos de trabalho. “97% assistem a algum vídeo online por semana, 37% assistem alguma live por semana, mesmo percentual que também ouve podcast por semana, o Brasil é o país que mais ouve podcast”, disse.

A publicitária considera que TikTok e Instagram estão crescendo muito. “O Instagram passou o Facebook. Cresceu na pandemia. Já é a principal rede para influenciador. As pessoas passam mais tempo no WhatsApp, que é campeão nesse gráfico, mas agora elas estão passando cada vez mais tempo no Instagram e no YouTube. O vídeo é onde as pessoas passam mais tempo e onde elas mais descobrem novas marcas, por isso o Instagram é mais dinâmico, enquanto as pessoas mais velhas estão no YouTube e  no Facebook e a adesão maior do TikTok é até 34 anos”, descreveu.

Estratégias 
O uso de micro influenciadores “que têm um engajamento maior” foi uma das estratégias comentadas pela produtora de conteúdos digitais. “Em relação ao Crea, tem que considerar a melhor mensagem e o melhor formato para levar a ele. Nas novas gerações, o digital vai se transformar muito. Esse público está online praticamente o tempo todo. Temos que trabalhar e pensar bastante nesse público. A publicidade não pode ser invasiva, tem que entrar na vida dele, levando informação relevante para a vida dele”, apontou.

Confira a apresentação aqui

Em relação ao Podcast, “a dica para trazer algum influenciador para nosso conteúdo é considerar o que ele tem de mais importante, é a comunicação genuína com a comunidade dele. Você entra no conteúdo de uma pessoa, como um merchandising”. Segundo Roberta Allegretti, 71% consideram marketing de influência estratégico e 83% das empresas viram um crescimento dessa estratégia com a pandemia.  “A gente tem que entender o nosso público e estabelecer objetivos, apresentar, conectar, converter ou fidelizar, por exemplo”.

O TikTok usa a tela cheia e recomenda mais conteúdos que não são o seu, explica a publicitária. “Você acaba se relacionando com marcas que você não segue. Tem um alcance orgânico maior. Por isso é importante trabalhar com anúncios e posts patrocinados no Instagram”.

Apesar de o Facebook estar em desaceleração, ele ainda conta com 79% dos usuários entrando pelo menos uma vez por dia, enquanto o YouTube é mais usado para música, tutoriais e vídeos de humor como principais assuntos. “As pessoas odeiam anúncios no Youtube. Tem que ser um vídeo muito contextualizado para ele funcionar. Para trabalhar com redes sociais tem que saber com qual público quer se comunicar. Tem que calibrar. Quanto mais velho for o público, mais ele aceita vídeos mais longos de até 3 minutos. Os vídeos curtos devem ter de 1 a 30 segundos”, diz. 

Roberta Allegretti considera que os vídeos com melhor Retorno por Investimento (ROI, na sigla em inglês) são os que utilizam principalmente a câmera aberta, com contato humano, depoimento, entrevista, alguma cena, seja com ator ou animação. O uso da tela na vertical é indicado para a internet. “O objetivo é capturar a atenção nos cinco primeiros segundos. Acho importante olhar a média de duração das visualizações. Quanto tempo aquilo está retendo meu usuário. Prefiro o impacto do que tentar fazer com que ele entre no Feed, o que é mais difícil”, disse.
 
A publicitária apontou erros como não considerar uma estratégia de longo prazo e não mensurar resultados. E ainda fundamentos para uma comunicação de sucesso, considerando, além de dados demográficos, a importância de “desenhar as personas, o que ela faz, o que a motiva. Fazer uma estratégia de canais com mix que contemplem onde suas personas estão”. Outras estratégias citadas foram:

• calibrar a mensagem e o formato de acordo com o canal, o público e o momento de comunicação;
•  implementar a mídia paga, sair do orgânico;
• trabalhar frequência de mensagem para garantir a fixação do conteúdo; 
• pensar no mobile; 
• pensar como um influencer; 
• estabelecer metas, metrificar ações, mensurar e comparar; 
• lembrar que o digital muda a cada dia; 
• ter mais de uma frente de comunicação, não apostar apenas em um canal; 
• considerar que o planejamento é parte fundamental, mas deve ser apenas um rumo; 
• focar bem nos canais em que já está; 
• criar um projeto de comunicação e estratégia de divulgação;
• ouvir o público e a audiência; 
•  corrigir a rota do digital e comunicar-se para o público alvo e não para você adaptando a sua mensagem permanentemente.

Mútua
A apresentação do presidente da Mútua – Caixa de Assistência aos Profissionais, eng. agr. Francisco Almeida, também movimentou o encerramento do Encom. Segundo ele, os núcleos da Mútua não se comunicavam e a maioria dos profissionais não conhecia a Mútua. “Hoje é possível ver o que cada Caixa tem no nosso portal da Transparência. Tínhamos 11 caixas com arrecadação insuficiente para a concessão de benefícios. Mas a Mútua é única, somos uma só Caixa. Com essa unidade nós passamos a servir todos os nossos profissionais. Mudamos isso e fizemos um planejamento estratégico em relação ao Divulga Mútua. Abrimos a nossa Caixa para que todos os profissionais tenham acesso aos nossos recursos, mostrando que o Sistema não cobra apenas, ele também oferece muitos benefícios. Hoje, somos um Sistema de fato”.

Novo aplicativo, novo site e Clube de Vantagens foram alguns dos temas apresentados. “Reunimos nesse aplicativo todos os convênios à disposição do profissional em todo o país”, disse. Francisco destacou a contratação da agência de comunicação, o que fomentará a área na Mútua em parceria com os Creas e o Confea.

Confira a apresentação da Mútua

“Gostaria que todos vocês participassem desse nosso aplicativo que conta agora com uma infinidade de lojas”, ressaltando que os contratos atuais não têm cartórios nem avalistas, sendo assinados eletronicamente de qualquer cidade do país. “Isso não existia”, enfatizou, apresentando detalhes sobre o plano de saúde recentemente aprovado sem carência até o próximo dia 20. “Tudo pode ser feito pelo aplicativo”.

O presidente descreveu ainda o programa Divulga Mútua. “Ele é usado para a capacitação profissional e pode ser solicitado por entidades de classe e instituições de ensino cujos profissionais pertençam ao Sistema”, disse, enfatizando a importância do apoio da área de comunicação dos Creas para a sua propagação. “Queremos atingir todos os profissionais que direta ou indiretamente estão participando dos Creas”, disse Francisco, informando que já foram disponibilizados quase R$ 5 milhões. 

Patrocínio e estandes
Representantes do Comitê de Patrocínios – Cpat, o chefe do Setor de Relações Públicas – Setrp, Marcos Magalhães, e a funcionária Alessandra Porto, da Gerência de Comunicação do Confea, apresentaram aspectos sobre a Política de Patrocínios do Confea, também solicitando o acompanhamento e a atualização da divulgação recíproca entre os regionais.  “Tivemos três editais de patrocínio. A expectativa é que até novembro seja publicado o quarto edital para execução no início de 2023”, disse Marcos.

Já em relação aos apoios para estandes, que integram a categoria de eventos, o chefe do Setrp apontou que eles podem ser solicitados a qualquer momento com um prazo mínimo de 90 dias de antecedência em relação ao evento. “Ano passado, tivemos 32 projetos de pedidos de estandes aprovados, sendo executados 16. Como os patrocínios foram prejudicados pela pandemia, os eventos também foram. Em 2022, até o momento foram aprovados 22 projetos de pedidos de estandes”.

Alessandra Porto descreveu que está em execução até dezembro o segundo ciclo do terceiro edital de patrocínio. “Há toda uma burocracia. Já a locação de estandes é uma outra modalidade, onde o Confea se faz presente em um evento do Crea, da entidade, do proponente que estiver realizando. Nesse caso, o pedido será do Crea. Porém, o Crea terá uma empresa exclusiva. E o site do Confea descreve os documentos obrigatórios. Quem tem a visão do que é interessante participar é o próprio Crea, que também é responsável pela prestação de contas”, disse, solicitando a contribuição dos profissionais de comunicação para esclarecer todos os públicos envolvidos e destacando o crescimento da parceria.

Soea
“Estamos trabalhando muito para a realização dessa Soea”, disse a secretária executiva do Comissão Organizadora Nacional do evento, Sílvia Girardi, sobre a 77ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), a ser realizada de 4 a 6 de outubro, em Goiânia. Com detalhes sobre as condições de hospedagem, transporte e alimentação, a gestora de Cerimonial e Eventos do Crea-GO e secretária executiva regional da Soea, Abadilene Marques, apresentou aspectos sobre a organização do evento. 

“Temos 28 pontos de startups e contamos com o apoio de vocês nessa divulgação. Também estaremos com o manual do Expositor disponível no site da Soea a partir da próximo segunda-feira. Se possível, coloquem também o banner da Soea. Gostaria de conclamá-los a isso”, afirmou Abadilene, apresentando o desejo de oferecer a melhor receptividade a todos.

Sílvia Girardi destacou a importância de divulgar também o Congresso Técnico Científico da Engenharia, Agronomia e Geociências (Contecc). “A expectativa é de milhares de pessoas online, além de 3.500 participantes diretamente. Para nós, são dois eventos em um”, disse, apresentando o projeto digital do evento com a simulação de estandes e outros espaços no Centro de Convenções de Goiânia, que estará disponível no site do evento com as apresentações ao vivo, e comentando a interação entre os comunicadores por meio de grupo de Whatsapp. “Vamos ter também eco-copos, que poderão ser higienizados, dentro de um projeto de sustentabilidade elaborado pelo Crea-GO”, afirmou Marcos Magalhães. 

Fonte: Confea