Durante três dias, coordenadores de ética dos Creas de todos os estados brasileiros estão reunidos em Salvador, para a segunda reunião ordinária da Coordenadoria Nacional. O evento, que se estende até quarta-feira (17), discutirá entre tantos assuntos, os impactos do Projeto e Lei PL 1024/2020, que dispõe sobre a alteração da Lei 5.194/1966, na engenharia e agronomia; o lançamento do guia e melhores prática éticas no âmbito do Sistema Confea/Crea; e a elaboração de procedimento padronizado para todos os Creas para recebimento e processamento inicial de denúncias e infração ao Código de Ética. A abertura do evento contou com a participação do vice-presidente do Crea-BA, engenheiro civil Jaime da Cruz, que na ocasião representou o presidente Joseval Carqueija; da conselheira federal pela Bahia, Michele Costa; do Coordenador Nacional das Câmaras de Ética, Nelson Burille; da coordenadora adjunta, Márcia Cristina Luna; e do coordenador da Comissão de Ética da Bahia, Neuziton Rapadura.
Além de dar boas-vindas aos coordenadores, Jaime da Cruz destacou a importância de discutir a ética em momentos difíceis que o País está passando na política e na governança. Destacou os esforços da Bahia em agilizar os trâmites dos processos éticos e reforçou a relevância do tema não só para os profissionais, mas também para a sociedade. A conselheira federal Michele Costa, responsável pela Comissão de Ética e Exercício Profissional (CEEP) explicou a estratégia aprovada em plenária para a realização dos encontros regionais em 2023. “A ideia é realizar eventos com conteúdos técnicos que agreguem valor para o profissional e não evento por evento. O primeiro será realizado na região Sudeste, na cidade de São Paulo, em 12 de junho. Este já foi aprovado em plenária. Até novembro, realizaremos em todas as regiões do país. Teremos com esse método, mais capilaridade de chegar aos regionais “, acrescenta, destacando a disposição do Confea em apoiar às comissões regionais e requerendo proposições da coordenadoria na organização dos eventos.
O coordenador nacional, Nelson Burille, discorda da nova metodologia da CEEP aprovada em plenária, porque exclui, segundo ele, a participação da coordenação nacional dos encontros regionais. “Reprovo ainda a suspensão do segundo encontro nacional”, enfatiza. Burille recebeu o apoio da coordenadora adjunta Márcia Luna.
O coordenador da comissão de ética da Bahia, Neuziton Rapadura, chamou atenção para o desenvolvimento de um sistema entre os Creas Minas e Bahia para gestão de denúncia ética finalizada após transitada e julgada, destacando a importância da parceria entre os regionais para a otimização dos processos. A segunda vice-presidente do Crea-BA e coordenadora do programa Mulher, Rute Carvalhal, fez questão de prestigiar o evento por acreditar na importância da ética no comportamento dos profissionais. Aproveitou a oportunidade para convidar os conselheiros para participarem da Semana Oficial da Engenharia e Agronomia de 2024 em Salvador.
Na ocasião, os conselheiros se dividiram em grupos para a discussão de temas previstos e também incluíram na pauta a discussão dos encontros regionais e a socialização das datas das semanas estaduais de ética como forma de viabilizar a participação de um maior número de profissionais. Também articularam a defesa da participação da coordenação nacional nos eventos técnicos regionais.
Evasão e unificação
Na tarde do dia 16, o Presidente do Crea-BA, engenheiro Joseval Carqueija, participou de discussões sobre evasão de profissionais de engenharia e sobre padronização dos sistemas entre os Creas do Brasil, respondendo a questionamentos dos Coordenadores de Ética: “Nós temos evasão por dois motivos: porque estamos jogando no mercado muitos profissionais de qualidade ou não através da proliferação de cursos EAD, e ao mesmo tempo por falta de desenvolvimento da indústria para dar mercado de trabalho. É por isso que conversamos com o MEC e com entidades como as Federações de Indústria para combater essa evasão”, comentou o Presidente.
“O que eu sinto falta do conselho federal é pegar as rédeas do sistema, desde essa parte do acompanhamento de cursos até o sistema profissional em si. ”, continuou ele. “Aqui na Bahia o sistema é feito de uma maneira, em outros lugares de outras formas. Sempre digo nas reuniões do Colégio de Presidentes que os Creas precisam falar a mesma língua, padronizar procedimentos. É necessário termos um sistema único. Quem tem a ganhar somos todos, profissional, conselheiro, gestor… ”, colocou o Presidente.
Semana de Ética
Entre os assuntos debatidos no último dia de evento (17), a divulgação com os Creas de ações enfocando a Semana de Ética atraiu maior atenção entre os coordenadores. Nela, foram expostas as atuações dos Conselhos de respectivos estados para a propagação do exercício ético. O Coordenador Nacional das Câmaras de Ética, Nelson Burille reforçou a importância da implementação da Semana de Ética nos Creas. “Todos nós sugerimos a necessidade de colocar no plano de trabalho da comissão de ética, a Semana de Ética; se colocarmos no plano não é mais discutido se pode ou não pode fazer, se torna apenas uma questão de ajuste de datas”, declara.
A Segunda Reunião Ordinária da Coordenadoria Nacional de Comissões de Ética dos Creas foi finalizada com uma visita técnica guiada pelo chefe de gabinete, João Bosco Ramalho, a sede do Crea-BA. Durante a condução, Ramalho explicou a divisão do Conselho, bem como expôs a galeria dos ex-presidentes baianos aos coordenadores de ética dos demais estados brasileiros.
Fonte: Crea-BA